Aluguel de carro vira alternativa

Automóvel                                         [email protected]  

Locadoras se multiplicam pelo País e popularizam cada vez mais o serviço

ALADIM LOPES GONÇALVES
Imagine a seguinte situação, você precisa fazer uma viagem de curta ou média duração e o seu carro não está em plenas condições de pegar estrada, seja por documentação atrasada ou por problema mecânico. O que fazer? Uma solução simples e barata é alugar um carro, prática que pode ser feita com facilidade numa das mais de 2.500 locadoras instaladas no país. De fato, a locação é um tipo de serviço que vem crescendo a cada ano, mas para o segmento continuar a se desenvolver as empresas têm a tarefa de mostrar que alugar um carro não é algo tão incomum e nem tão caro.
Graças à grande concorrência entre as empresas, é possível alugar um carro “popular” (equipado com motor 1.0) por 24 horas pagando algo entre R$ 60 e R$ 90. Outro aspecto importante é que pode-se optar, pagando um pouco a mais, por um carro (nessa mesma faixa) equipado com ar-condicionado. Além disso, também são oferecidos modelos de luxo, utilitários, vans, minivans e até com tração integral (4x4). Mas para encontrar modelos de nicho de mercado é preciso recorrer às locadoras maiores, que contam uma frota mais diversificada, ou às especializadas no turismo de aventura.
Segundo o presidente da Abla (Associação Brasileiras das Locadoras de Automóveis), Alberto de Camargo Vidigal, o ano de 2003 deve ser um dos mais positivos para o setor de locação, desde o lançamento do Plano Real. Para ele, o otimismo se deve ao bom momento que o turismo interno vem passando e pelo fato de o Brasil estar se consolidando como alternativa para o turista internacional. “Com dólares no bolso, o turista estrangeiro vê o Brasil como um verdadeiro oásis, no meio de tantos conflitos. Sem dúvida somos um dos destinos mais baratos do mundo e com uma excelente estrutura de serviços.”
Só no Brasil, segundo dados da Abla, o volume de clientes da locação de veículos é estimado em 8,3 milhões. O número impressiona pela especificidade do serviço, mas ainda há muito espaço para crescer, na opinião de Vidigal, especialmente entre os motoristas que, eventualmente, precisam de um carro extra. Para se ter idéia da importância do serviço, hoje em dia, um grande número de seguradoras oferecem aos seus clientes, no caso de sinistro, um carro reserva alugado por tempo determinado. O perfil dos clientes do setor de locação é de 60% (tercerização de frota), 21% (negócios) e 19% (turismo) e o faturamento das empresas soma R$ 2,26 bilhões.
Locação X táxi
O diretor da locadora Multilocadora, Cláudio Perroni, que atua há 12 anos no mercado, afirma que o aluguel de um carro é bom negócio para o motorista, sobretudo porque uma locação, hoje, equivale a algo em torno de 30% a menos no preço de uma corrida média de táxi, em São Paulo, e o veículo fica à sua disposição por um período de 24 horas. O diretor ressalta que ao usar um carro alugado, o cliente pode se deslocar com mais agilidade, conforto, segurança e qualidade. Desse modo, a pessoa não fica dependendo do serviço de táxi ou do transporte público. “É uma ferramenta útil, sobretudo para profissionais da área de vendas externas e representantes comerciais, que podem usar o veículo alugado no dia do rodízio da placa do seu carro, por exemplo.”
Segundo Perroni, os “populares” são os veículos que tem maior saída nas locadoras, mas apesar de serem carros mais despojados, o cliente, normalmente, prefere optar por um modelo equipado com ar-condicionado. Umas das estratégias para estimular a locação de veículos é oferecer descontos especiais e preços reduzidos para motoristas que pretendem alugar um carro. A Multilocadora, por exemplo, loca veículos “populares” a partir de R$ 49,90, a diária. Além de promoções, as empresas do ramo promovem condições especiais, como o aluguel por prazo determinado (semanal e mensal), condições que garantem um bom desconto em relação ao sistema de diária. Para se aproximar mais do cliente eventual, os escritórios das empresas também se descentralizaram de locais tradicionais (aeroportos) para grandes centros comercais e pontos turísticos.