Jornal Estado de São Paulo
Unidades de três dormitórios em bairro como Aclimação de Alto da Lapa tiveram maiores altas.
O Preço do aluguel tem sofrido aumentos sucessivos ao longo deste ano. Conforme o último levantamento feito pelo conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Cresci - SP), somente em junho, unidades de três dormitórios em ofertas localizadas em bairros de classe média da capital, como Aclimação e alto da Lapa, registraram alta de 32,72%. Os de um dormitório nos mesmos bairros subiram9, 65%. A alta tem sido observada também nos contratos antigos e vencimentos corrigidos pelo IGP-M, que acumulou aumento de 15,11% até julho mais que o dobro da inflação medida pelo IPCA, que registrou um acumulado de 6,05% no mesmo período.
Segundo representantes do setor, dois movimentos simultâneos e independentes afetam os valores: a recuperação do mercado de locação provoca valorização das ofertas; e a alta da inflação influência os reajustes dos contratos. "O mercado teve comportamento de alta contida, vinha andando de lado até 2006. Às vezes, dava-se até desconto no que o inquilino vinha pagando, Porque estava ruim mesmo, não se observa nem o índice contratual", lembra advogado José Roberto Graiche, presidente da Associação das Administradoras de Bem, Imóveis e Condomínios (Aabic). Hoje, com o reaquecimento, o mercado de locação volta a se valorizar. No entanto, no que diz respeito à correção dos valores dos contratos. Graiche recomenda atenção. "O reajuste está em níveis incômodos."
Segundo ele, conforme o caso cabe negociação. "Se o preço ficar acima do valor do mercado, é possível negociar um aumento menor. Mas se a locação for antiga, isso não deve ser necessário.
Em resposta à elevação de preços, segundo o Cresci - SP, o número de novos contratos de aluguéis caiu 6,01% e a inadimplência aumentou5, 46%, em juros, na capital.
Condomínio:
Os principais custos que compõem as taxas de condomínio também subiram, conforme a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os dados de julho do índice de Custo de Vida (ICV) mostram que os gastos com água, luz e folha de pagamento aumentam 9,37% nos últimos 12 meses. Segundo a coordenadora do ICV, Cornélia Nogueira porto, o que mais pesou foi o aumento da energia elétrica, de 8,63%, e dos reajustes salariais em março. Mais isto não significa que o repasse será imediato.
"Porque cada prédio tem uma vida própria. Há condomínio em que a previsão de orçamento aumentou mais que a inflação e outros em que a previsão não subiu se quer a inflação", afirma
o vice- presidente de administração de condomínios do Sindicato das Empresas de Compra e Venda de Imóveis (Secovi), Hubert Geraba.
O segredo diz ele, está no orçamento feito no ínicio do ano.
Se for bem feito, o condomínio fica menos suscetível às variações. "Se desde o começo do ano é feita a previsão das férias, do 13º dos funcionários, e o síndico coloca isso numa poupança separada, o prédio passa um ano talvez, sem fazer reajustes".
Além disso, os condomínios que têm política de uso racional de água e luz estão entre os maiores gastos, além dos salários.
Depois vêm os custos de manutenção.