O aluguel de salas comerciais tem uma rentabilidade histórica em torno de 8% a 11% ao ano e o retorno do investimento ocorre no médio prazo, em cerca de seis anos após o início da aplicação, considerando apenas o ganho com a locação da sala. Hoje, o aluguel na capital paulista varia entre 0,7% a 1% do preço do imóvel.
“Nessa faixa de remuneração, o investimento começa a ficar mais interessante do que aplicar em Contratos de Depósito Interbancário (CDI), cujo risco é zero. Como a taxa do CDI vem caindo nos últimos meses, os recursos estão migrando para outras operações”, explica Claudio Alencar, professor do núcleo de estudos do mercado imobiliário da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Alencar lembra que isso pode mudar, com a tendência da alta dos juros. Mesmo assim, a mudança deve ser gradual pois, devido a um mercado de locação aquecido, a rentabilidade com relação ao CDI pode ser expressiva.
Além disso, a valorização do imóvel pode tornar o investimento mais atrativo mesmo diante desse cenário. “Mas o investidor deve ter em mente que um imóvel é um investimento conservador, de médio a longo prazo”, diz Claudemir Galvani, professor de economia da PUC.
Alencar lembra que a aplicação contém riscos, que pode ser uma superoferta de escritórios no mercado, o que, diz, não parece estar acontecendo agora; oscilação de valorização de acordo com a região escolhida e obras de infraestrutura, que geralmente valorizam as salas, mas também podem acelerar a deterioração de determinada região. Galvani também cita a falta de liquidez do investimento. “Não é fácil se desfazer de um imóvel caso necessite de dinheiro rapidamente.”
Também é preciso considerar a taxa de vacância, ou seja, o número de imóveis que não estão alugados. Segundo Ricardo Betancourt, membro do conselho consultivo do Secovi, hoje ela gira em torno de 4,6% na cidade. “É uma taxa baixa, que indica que de cada 100 metros quadrados existentes, 4 metros quadrados estão vazios. Isso não deve mudar em 2010 e 2011″, explica.
DETALHES - Para driblar riscos, é necessário escolher bem o local onde investir. Além disso, o prédio deve ter uma vizinhança qualificada e tecnologia.
Na hora da compra, devem ser observados, entre outros itens, a qualidade do sistema de ar condicionado, da fachada (inclusive se tem iluminação diferenciada); a condição da estrutura de tecnologia da informação, elevadores e se o prédio tem sistemas automatizados ou inteligentes, que incluam reúso da água, por exemplo.
“Sem itens modernos ou em boas condições, em médio prazo o investimento pode se desvalorizar ou até se tornar obsoleto”, diz Alencar. Além disso, pode ser interessante diversificar a carteira de investimentos. O ideal é que o imóvel represente 35% do total, indica Galvani.