Jornal Folha de São Paulo
A alta de 214,09% nos aluguéis da região metropolitana de São Paulo, registrada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) desde janeiro de 1995, não reflete um cenário de disparada de preços. A opinião é do presidente da Secovi-SP, Romeu Chap Chap.
"Ao longo dos últimos dez anos, não houve muita chance de o aluguel disparar,
O Secovi é o maior sindicato imobiliário da América Latina. Representa mais de 40 mil empresas, entre companhias e condomínios, no Estado de São Paulo.
De acordo com Chap Chap, houve uma superoferta de aluguéis nos últimos tempos. Combinada a índices de reajuste tidos com baixos pelos donos dos imóveis, resultou em uma tendência de acordo entre os inquilinos e proprietários.
"Tornou-se preferível renegociar para que o inquilino não fosse embora. Pode ser que agora esteja mais ajustado, mas ainda assim não é um movimento brusco", observou ele.
"Os índices de correção são muito baixos e estão defasados, não houve alavancagem grande em três ou quatro anos. Foi-se o tempo em que o proprietário exigia correções expressivas", disse o presidente do Secovi.
Vendas
Na esteira do que aconteceu com as economias desenvolvidas, o Brasil vive uma época de explosão na venda de imóveis.
Conforme a consultoria imobiliária Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), o preço do metro quadrado médio dos lançamentos na cidade de São Paulo aumentou de R$ 724 em 1995 para R$ 1.833 em maio deste ano.
Para especialistas do setor, um terço da explosão na oferta de imóveis ocorrida
Mas, de acordo com os analistas, isso não significa que os paulistanos devem postergar a aquisição da casa própria.
Isso porque há uma aposta na expansão da renda e do emprego, alem de crescimento na oferta de instrumentos de crédito e securitização de imóveis.
Janaína Leite
Da reportagem Local