Jornal Diário de São Paulo
Estudo apontou que em 93% dos contratos assinados no interior paulista tinham um avalista como garantidor dos pagamentos.
Figura que se imaginava condenada a extinção desde que surgiu o seguro-fiança, o fiador continua mais vivo do que nunca nas relações entre muitos locadores e locatários de imóveis residenciais. No interior do estado, ele reina quase absoluto - 93% dos contratos assinados em julho tinha um avalista como garantidor dos pagamentos em caso da inadimplência dos inquilinos.
Os números são da pesquisa feita pelo conselho regional de corretores de imóveis do estado de São Paulo (Creci - SP) com 1.487 imobiliárias de 37 cidades do estado, incluindo a capital. "O estudo mostrou que as relações de confiança não se perderam totalmente e são mais fortes em cidades menores, e que as seguradoras precisam melhorar o produto seguro-fiança para conquistar esse, mercado representado pelas pessoas que não querem pedir favor na hora de "alugar", afirmou o presidente da Creci - SP, José Augusto Viana Neto.
"O maior conhecimento sobre famílias, a proximidade com parentes e familiares e a prática tradicional desse tipo de contratação é que torna o fiador o meio preferido de garantia no interior, alem de não ter custos", Explicou o presidente do Creci - SP. Em cidades maiores como São Paulo, a situação é exatamente inversa: "Muitos inquilinos moram aqui sozinhos, conhecem poucas pessoas, são 'estrangeiros', de certa forma, o que, naturalmente, reduz a importância dessa forma de garantia".
O preço a que se refere é o de ter de pagar ao proprietário do imóveis o depósito equivalente a 3 meses de aluguel como garantia ou contratar ou contratar um seguro-fiança.
No interior, esta opção respondeu por 4,74% dos novos contratos em julho e o depósito, por 2,27%. Na capital, o fiador esteve presente em 52,38% dos contratos, ficando o seguro-fiança com 10,52% e depósito dos 3 meses com 37,1%, segundo a pesquisa.
No litoral os contratos com fiador em julho somarão 71,82% do total, ficando o seguro-fiança com 11% e depósito com 17,13%, E nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco, o fiador foi a forma adotada em 64,15% dos contratos, enquanto o Seguro-Fiança respondeu por 11,42% e do depósito por 24,43%.
A pesquisa também mostrou que, depois de três meses seguidos de baixa, o mercado de aluguel residencial reagiu em julho. O numero de contratos assinados nas 1487 imobiliárias pesquisadas foi 4, 61% maior do que os fechados em junho. O índice de locação residencial estadual passou de 2,1201 em junho para 2,2179 em julho, quando foram alugados 3.298 imóveis residenciais de todos os tipos nas 37 cidades pesquisadas.