LCD ocupa elevadores de condomínios comerciais

Jornal Folha de São Paulo

 

Equipamento gera uma receita média equivalente ao aluguel de 1m2.

 

Os monitores de LCD resolveram dar uma volta no lado de fora das salas de escritório de prédios comerciais. Para tanto, tomaram os elevadores, onde veiculam noticias, propagandas e eventos no condomínio.

Esse tipo de mídia indoor despontou nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 2003. O conteúdo é fornecido por canais de TV via internet.

         O equipamento não tem custo para o condomínio, e o uso do espaço de cada elevador gera uma receita média equivalente ao aluguel mensal de 1m2 de espaço de escritório.

         Outras fontes de renda são porcentagens dos ganhos obtidos com a veiculação de propaganda e a organização de eventos no prédio, que são divulgados pela rede multimídia nos elevadores dos condomínios contratados.

         Pedro Gabriel Forjaz, 36, vice-presidente de operações da empresa especializada Elemidia, estima que a receita do aluguel de espaço no elevador varie de R4 18 a R$ 600 mensais e que os ganhos com promoções cheguem a R$ 3.000.

 

Sem riscos

         Síndico de dois prédios com mídia indoor, o advogado José de Souza, 70, diz considerar a receita ganha "simbólica", mas aponta outras vantagens.

         "A pessoa chega estressada e tem a oportunidade de relaxar assistindo à programação. Isso evita danos internos como riscos nos elevadores", relata.

         Para aprovar a instalação da mídia, Hubert Gebara, 70, vice presidente da Secovi-SP (sindicato de administradoras e imobiliárias), diz que é preciso convocar todos os condôminos.

         "O Código Civil estabelece que a locação de espaço comum só pode ser aprovada em assembléia e por unanimidade".

 

Crescimento

         De acordo com Forjaz, a tendência desse setor de mídia é a do crescimento, graças à redução de preços da tecnologia.

         A Elemidia planeja ter cerca de 1.300 edifícios atendidos e 3.200 LCDs instalados em todo o Brasil até o final de 2008 e quer também atuar em outros países da América Latina.

         Já Rubens Macari, 47, subdiretor da proximídia, diz não se preocupar com a "massificação" do serviço, uma vez que a empresa trabalha só com condomínios de alto padrão.

         Os focos da companhia, conta, são o design, a segurança e a seleção de conteúdos.

         Macari calcula que 60% dos condomínios que gerencia preferem nem mesmo realizar eventos promocionais, com o intuito de preservar a privacidade de seus ocupantes.

         As telas de LCD imitam o estilo dos elevadores em que são colocados e tem cristal blindado. Há mais de um ano já são instaladas pelas empresas de mídia em prédios durante a fase de construção.

 

ÓSCAR CURROS