Locação de filmes em queda. E a pirataria de DVD em alta

As vídeo-locadoras calculam uma queda de 30% no faturamento este ano, em razão da oferta de DVD pelos grandes magazines e pela internet e o crescimento da atividade clandestina de discos piratas.

 

Por tradição, dois ramos estão diretamente associados ao setor de locação – o de carros e o de vídeo. “ A associação é tão imediata que, para a maioria das pessoas, a expressão ‘locadora’ basta para designar as vídeo-locadoras” observa Antonio Marcos Zanon, presidente dos Sindem-vídeo, a associação das empresas locadoras de vídeo. Só na grande São Paulo existem duas mil vídeo locadoras associadas ao sindicato, metade do numero de todo o estado: “O numero é maior, porque nem todas as empresas são nossas associadas”. Seja como for, 40% a 50% do mercado de todo o país esta concentrado no estado de São Paulo.

            Todos os sábados na cidade de São Paulo perto de 200 mil títulos são alugados. É o dia de maior movimento nas lojas do ramo, mas a procura já foi muito maior: “Os melhores dias para esse tipo de serviço são os dias frios e chuvosos e, neste ano, os primeiros meses foram de noites quentes. Fora isso a oferta de DVDs nos grandes magazines e pela internet com compra facilitada determinaram a queda no movimento”. O sindicato estima que no três primeiros meses do ano a queda foi de 30%. “Há outro problema, talvez o mais serio: o crescimento da atividade clandestina de venda de DVDs piratas. Hoje, por R$ 100 pode-se comprar gravadores de DVDs e instalar em qualquer computador doméstico. É a origem da maioria dos discos pirateados”, afirma Zanon.

            Ele acredita que dificilmente a atividade fechará o ano com números tão significativos como os registrados no ano passado: em todo o estado, foram movimentados R$ 540 milhões, o maior valor da historia do ramo.

            As Locadoras de veículos também comemoram recorde de faturamento em 2005: foram R$ 2,91 bilhões contabilizados em todo o país. Segundo a associação das empresas do setor, a Abla, também foi registrado numero recorde de usuários do serviço, 12,2 milhões, 2,1 milhões a mais que em 2004 São Paulo, com sua frota de 67 mil veículos de aluguel, concentra a maior parte do mivimento. Ainda segundo o Abla, mais da metade do faturamento é proveniente de locação de veículos para empresas, ou da terceirização de serviços. A procura de carros de aluguel por turistas a lazer (28%) ou a trabalho (17%) ainda não é tão significativa.

            Outros dados recentemente divulgados pela associação mostram que a frota de carros de aluguel teve um salto de 10% (de 203.650 carros em 2004 para 223.811 unidades no ano passado). Isso corresponde a 11% da frota comercializada pelos fabricantes de veículos no ano passado.

 

Antigos e plasma

 

            Nem só de carros novos vive o mercado de locação: uma atividade já tradicional é a locação de carros antigos para casamentos. Boa parte dos colecionadores de automóveis clássicos sede alguns de seus modelos para o transporte de noivos, a preços que variam de R$ 300 a R$ 1.500 dependendo do modelo escolhido – e a lista vai do nacional Ford Landau, fabricado nos anos 1970, aos Rolls- Royce das décadas de 30 e 40. É uma forma, dizem os colecionadores, de manter as raridades em movimento e de ganhar algum dinheiro. O valor da locação inclui sempre a presença sempre obrigatória do motorista que, invariavelmente, é o dono do carro.

            Se maio representou o mês de maior movimento para esta atividade, junho significara grande faturamento para o ramo de locação de aparelhos de televisão. “Desde o começo do ano estamos recebendo consultas para os aparelhos de plasma de 42 polegadas, mas os negócios só começarão a ser fechados vésperas da copa do mundo”, informa Osni Freitas de Almeida, da Av. locação, de São Paulo. A diária do aparelho é de R$ 100, em média. “ Quando se considera que o preço de um equipamento desses gira em torno dos R$ 10 mil, pode ser mais vantagem alugar”, afirma.