Morador de casarão compra segurança de condomínio.

14/05/2006

Jornal Folha de São Paulo

 

Os paulistanos não podem mais afirmar categoricamente que morar em apartamento é mais seguro do que em casa, sobretudo depois da onda de arrastões em condomínios de alto padrão em 2005. O que ainda é certo é que a segurança custa bem mais caro para quem vive em um casarão de rua, segundo especialistas.

Isso acontece porque o sistema implantado pelas empresas especializado é basicamente o mesmo do que de um condomínio e para uma grande casa individual. Mas, no segundo caso, ¨o dono pagará pelo custo sozinho¨, completa José Antonio Caetano, 43, diretor comercial da Hagana Segurança.

E os gastos não são poucos. A Hagana, por exemplo, aposta na qualificação da mão- de- obra. Uma vigilância de 24 horas, com guarita e revezamento de profissionais armados e treinados por academia credenciada pela Polícia Federal, custa R$ 9.600 mensais para o dono do casarão, além de uma despesa inicial de R$ 25 mil a R$ 35 mil em equipamentos.

Na Fort Knox, que trabalha com locação de equipamentos e monitoramento externo 24 horas por uma central, o desembolso mensal ocila entre R$ 6.000 e R$ 7.000 ¨ Reduz muito o risco¨ afirma Edgar Leite Neto diretor de tecnologia da empresa.

Valem lembrar que, embora possam utilizar armas, os vigilantes contratos pelas empresas de segurança poderão prender os assaltantes apenas se eles estiverem dentro da propriedade.

Mesmo assim, muitos acreditam que morar em um casarão de rua é bem menos seguro do que em um condomínio fechado.

¨ A casa é mais vulnerável, poucas tem um sistema eficaz de segurança¨ opina Caetano que condena um esquema muito comum nos bairros do Morumbi, Brooklin e Pacaembu, o de um só vigia para a rua toda¨.

¨ Nós até implantamos, mas deixamos claro para o cliente que não funciona. O profissional não pode estar em mais de um lugar simultaneamente, como quando moradores de casas diferentes saem ao mesmo tempo. ¨

 

Segurança relativa

 

Leite Neto, no entanto, enfatiza a crença em que morar em um condomínio é mais seguro. ¨ O numero de assaltos a prédios cresceu nos últimos anos¨ argumenta.

¨ Os bandidos perceberam que é menos arriscados, e as vezes mais ¨rentável¨, assaltar um condomínio residencial do que uma agencia de banco, completa¨.

A Secretaria de Segurança Publica do Estado de São Paulo, porém não divulga números que permitem uma comparação entre assaltos e casas de rua e a condomínios fechados.

Além disso, muitos proprietários de casas não registraram queixa por medo de represálias, segundo as empresas de seguranças.

Procurado pela reportagem da Folha, o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) também preferiu não emitir um parecer sobre a questão.