Móveis, máquinas sofisticadas – coisas para grandes empresas

Jornal Diário do Comércio

 

Móveis para agências bancárias, por exemplo, podem ser alugados, assim como equipamentos de informática. Para residências, é comum a locação de móveis para empresários estrangeiros transferidos para cá.

 

É bem provável que os móveis de sua agência tenham saído de um depósito com três mil metro de área cobertas nas cercanias de Interlagos. É desse lugar que John paz, americano de 53 anos, radicado no Brasil desde os dois, despacha pedidos para os clientes da John Richard, uma das grandes locadoras de móveis para escritórios e residências dos País. Além da sede  em São Paulo, tem filial no Rio de Janeiro e em Curitiba. “Pegue a relação das 500 maiores empresas: atendemos a boa parte delas”, afirma esse ex-funcionário da bolsa de valores que investiu num ramo ainda pouco conhecido por aqui: “O Brasileiro não tem a cultura de alugar, ao contrário do americano. Aqui, dá-se mais importância à propriedade”.

            O forte da John Richard são móveis corporativos: “Embora tenha criado uma divisão para atender residências, em função de nossa associação com a Cort, empresa a, empresa americana do mesmo ramo, isso representa apenas 30% do nosso faturamento”. Os clientes desta divisão são basicamente empresários estrangeiros transferidos para cá: “O período de locação dos móveis residências é de dois meses em média, tempo para que o contêiner com os móveis originais da família deixe o país de origem e chegue ao Brasil”. Uma casa completa com todos os utensílios, incluindo berço, custa cerca de R$ 4 mil por mês. Para atender esta estrutura, criou-se uma lavanderia para as roupas de cama, mesa e banho, também fornecidas no pacote residencial. “Temos de ter controle absoluto de tudo”, diz John Paz.

            Para escritório tome-se como base de cálculo o que John Paz chama de “uma posição” (mesa, cadeira e gaveteiro): R$ 100 por mês. A partir de R$ 200, aluga-se uma estação em L. Os móveis são de primeira linha, porque são mais resistentes e tem vida útil e maior. Quem aluga são as grandes empresas e não, como se poderia imaginar, o empreendedor que esta iniciando um negócio: “quem começa, prefere comprar móveis e equipamentos de segunda mão ou de qualidade inferior”.

            Há 18 anos no mercado, a Telelok, a maior empresa do ramo, também centra seu foco nas grandes corporações, embora atenda a escritórios co ate dez funcionários, segundo informa o departamentos de vendas da companhia, que conta com galpão de quatro mil metros quadrados para estoque de material. Tanto a Telelok quanto a John Richard possuem frota própria, uma necessidade de negócio, segundo John Paz: “um dos segredos desta atividade é a agilidade: não podemos depender de transportadoras para fazer entregas sob risco de perder o controle dos prazos”.

             Agilidade é igualmente fundamental para a Suprisul, fornecedora de equipamentos de informática fundado por Rubens Nicastro, um dos pioneiros do ramo no Brasil, e que tem como clientes empresas do porte dos grupos Pão de Açúcar e Votorantin, entre outras. O gerente comercial Paulo Ingrivallo conta que a empresa esta capacitada a fornecer de imediato ate 200 máquinas, cujos preços partem dos R$ 65 mensais por um contrato médio de 36 meses: “Para atender as empresas de menor porte, criamos uma divisão específica. Mas percebemos que boa parte prefere comprar equipamentos sem procedência”.

            Um dos problemas notados nesse ramo segundo Ingrivallo, é a instalação de programas piratas nas maquinas alugadas para empresas de pequeno porte: “Geralmente esses programas acabam interferindo no bom funcionamento dos computadores”. Nas grandes corporações, diz ele, isso raramente ocorre.