Sérgio Dávilla
Nova York
Folha de São Paulo
Nunca houve tanto hotel de luxo em Nova York. Só nos últimos seis meses foram abertos pelo menos 16, entre eles os agitados W, na Union Square, e Hudson, em Midtown, com diárias de até US$ 1.000. Quem passa pela frente e vê filas de espera acha que está tudo bem. É só impressão. Os bares e restaurantes dos lugares continuam cheios, é verdade, daí a multidão nas portas, mas a maioria dos quartos está às moscas.
O setor hoteleiro da cidade movimenta US$ 6 bilhões por ano, e um quarto custa em média proibitivos US$ 250 por noite.Mesmo assim, é valor de exuberância irracional, não de recessão potencial.
Lugares como o Tribeca Grand e o SoHo Grand, no sul, resgistraram queda entre 7% e 8% na taxa de ocupação de janeiro e fevereiro, comparado com igual período de 2000.O percentual chega a 10% no Delmonico, na Park Avenue, com a mesma previsão para março, segundo o gerente do local.
Há quem culpe a baixa atual ao primeiro trimestre do ano, tradicionalmente mais fraco. Não é o que diz a empresa de pesquisa PFK, que presta consultoria para o equivalente à Secretaria de Turismo da cidade de Nova York.
Segundo a PFK, a queda começou em outubro e novembro do ano passado, alta temporada, quando a taxa de ocupação diminuiu até 4%. Ainda de acordo com a consultora, a taxa de ocupação média dos hotéis neste ano deve ser de 80%, contra 84% no ano passado. Além da recessão, a PFK culpa o boom de construção ocorrido nos últimos anos. Nova York tem hoje 67 mil quartos, 3.200 inaugurados só no ano passado, contra 58 mil há oito anos. Até o final de 2001, outros 2 mil serão abertos.
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