JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO
Comprar cotas de imóveis na bolsa rende mais que aluguel e dispensa cuidados com manutenção.
Alugar imóvel para ter renda extra se sofisticou: ganhou status de aplicação na Bolsa de valores. Trata-se de fundas imobiliários, lançados há menos de uma década no Brasil.
As cotas de um ou mais empreendimentos - geralmente shoppings, edifícios de escritórios, flats ou hospitais - podem ser compradas por pessoas físicas ou jurídicas, que passam a ter participação nos ganhos com a locação de seus espaços.
Em relação ao investimento em casa, apartamento ou sala para alugar, há vantagens. "Não é preciso comprar um imóvel inteiro", diz Martim Fass, da administradora Rio Bravo. E costuma render mais.
Há duas possibilidades de compra de cota: na emissão primária (lançamento de um novo fundo) ou no mercado secundário (no pregão da Bolsa).
No primeiro caso, há um valor mínimo de investimento, que pode ser de R$ 1.000, mas o piso costuma ser de R$ 10 mil. "Não há uma regra", explica Rodrigo Machado, da administradora Brazilian Mrtgages.
No mercado secundário, a flexibilidade de valores é maior. É possível comprar uma única cota de R$ 100, por exemplo. Porém ela vai custar mais do que isso, pois dependerá da negociação com o vendedor.
O ágio na compra é um problema desse tipo de investimento. "Há poucos fundos imobiliários na Bolsa", diz Fass.
Dos cerca de 70, um terço é de varejo - podem ser comprados por pessoas físicas -, e nenhum é aberto: quem não adquiriu cotas no lançamento só poderá fazê-lo no pregão.
Sem manutenção
Uma cota de R$ 100 do shopping Pátio Higienópolis está sendo negociada a R$ 150.
"Vendo amanhã se quiser", fala o médico Paulo César da Silveira, 54, que adquiriu cotas do shopping na emissão primária - que costuma ser divulgada em veículos de comunicação.
"Não tenho de me preocupar com manutenção", diz, em comparação com a compra de imóvel ara alugar. Alem disso, não há incidência de imposto de Renda sobre o rendimento, que gira em torno de 1,25% ao mês", complementa.
A boa notícia é que, com o aquecimento do mercado, as administradoras de fundos planejam emissões de cotas de novos empreendimentos ainda no primeiro semestre. "Haverá lançamentos entre junho e julho", estima Fazz, da Rio Bravo.