Reajustes passam a acompanhar a inflação

Jornal Folha de São Paulo       

 

     Depois de períodos de reajustes bem acima e abaixo da inflação, ns primeiros anos do Plano Real, os aluguéis passaram a acompanhar a evolução dos preços da economia com um todo nesta década.

            De 1995 a 1997, os preços dos aluguéis dispararam e subiram sistematicamente acima da inflação - em 1995, a alta chegou a 94,73%. De 1998 a 2000, no entanto houve deflação.

            Segundo Eulina Nunes do Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE, os sucessivos planos econômicos que lançaram mão do controle de preços represaram os aluguéis. Com o real, os valores foram corrigidos, trazendo ainda uma inflação passada mais alta.

            A partir de 1998, a oferta cresceu com a estabilidade de preços que trouxe confiança a proprietários que prefeririam antes manter seus imóveis fechados, o que resultou na queda dos preços ate 2000.

            De acordo com Santos, os preços voltaram a subir a partir de 2000, mas não na mesma intensidade, porque os condomínios tiveram uma forte alta, o que obrigou os proprietários a abrirem mão dos reajustes previstos em contrato para não ficarem com os imóveis vazios.

            "O que passou a valer foi a negociação direta", afirma. Em 2006, a cota do condomínio subiu 7,02%. Neste ano, já acumula alta de 2,44.

            Já os preços dos aluguéis, no acumulado do primeiro semestre deste ano, subiram 1,82%, contra 2,08% do IPCA. Em 2006, os preços tiveram alta de 3,16% e emparelharam com a inflação (3,14%)..

 

Localização

            Os preços dos aluguéis ainda sofrem forte influência da localização, da oferta de imóveis e do nível de atividade da economia, dizem especialistas do setor de locação.

            "O aluguel segue rigorosamente a regra de mercado. Se a economia está indo bem, o aluguel vai bem também", afirma Manuel Maia, Vice-presidente do Secovi-RJ (Sindicato das empresas de Habitação).

            A disparidade de preços também é enorme. Um apartamento de quatro quartos é alugado, em média por R$ 3.700 nos bairros nobres de Ipanema e Leblon (zona sul do Rio). Um similar do mesmo tamanho em Madureira (zona norte do Rio) sai por R$ 650, de acordo com o Secovi.

            Os baixos preços em Recife estão relacionados a uma sobreoferta de alguns tipos de imóveis, especialmente os mais velhos, segundo o presidente do Secovi-PE, Luciano Novaes. Na região, um apartamento de três quartos novo é alugado por cerca de R$ 700.

            Novaes acredita que em todo o país a situação de excesso de oferta tende a se ampliar. "É que, com a queda dos juros, voltou a ser um bom negócio investir em imóveis para locação", afirma.

            Mesmo com o aluguel correspondendo, em média, a apenas 0,5% do valor total do imóvel, torna-se vantajoso investir num cenário de juros em queda, avalia Novaes.

            A Folha procurou o Secovi-SP para comparar valores de locação na cidade. A assessoria da entidade não forneceu, porem, os preços médios dos aluguéis. Segundo Novaes, dados de um "pool" de administradoras do qual faz parte indica que um imóvel de dois quartos em São Paulo é alugado por cerca de R$ 900.

 

DA SUCURSAL DO RIO