Sem Vaga

Jornal Folha de São Paulo

29/05/2006

 

Paulistanos fazem fila de espera para alugar imóvel em bairros cobiçados; Garagem é um dos itens em falta

 

            Em tempos de abundância de crédito e de revigoramento das vendas, paulistanos fazem filas para negociar o imóvel que desejam. Mas, ao contrario do que o cenário indica, essa lista de espera não é para comprar, e sim para alugar nos bairros mais cobiçados da cidade.

            Cansados de bater perna e encontrar imóveis malconservados ou sem requisitos que vão desde vaga de garagem até armários embutidos, candidatos e inquilinos começam a deixar seus nomes nas listas de espera nas imobiliárias.

            Os melhores mal ficam vagos quando acaba o contrato de aluguel. “Ás vezes há interessados antes de serem desocupados”, descreve Ana Paula Pellegrino, 35, diretora da imobiliária Adbens e de locação Aabic (associação das administradoras de condomínios).

            Em perdizes Jardins (ambos na zona oeste) Moema (zona sul), faltam apartamentos de dois quartos e com vaga de garagem. Por serem bairros de padrão alto, inquilinos exigem bom estado de conservação.

            Já em Santana (zona norte) Mooca e Tatuapé (ambos na zona leste), o que mais faltam são imóveis de dois ou três dormitórios, com vaga de garagem e na faixa de R$ 700 mensais.

            Lá, outro diferencial valorizado, segundo a corretora Soraia Reis, é o armário embutido nos quartos.

            “O inquilino deseja investir pouco em mobiliário e não pretende comprar um guarda-roupa para que não caiba em outro imóvel” explica Roseli Hernandes, 44, gerente de locação e vendas da imobiliária Lello.

           

Garagem em Falta

 

            Falta de vaga de garagem é outro problema que emperra negociações. “Ter uma só muitas vezes inviabiliza proposta”, comenta Fabio Cunha Bueno, 25, diretor da imobiliária que leva o seu nome.

            Essa limitação é percebida sobretudo nos bairros em que predominam prédios velhos, que possuem menos vagas.

            Que diga a produtora cultural Isabel Brandão Teixeira, 25, que quer morar nos jardins com o namorado gastando cerca de R$ 3.000 por mês – mas com uma condição básica: abrigos para os dois carros para o casal.

            “Há poucos imóveis com o perfil que buscamos, a maioria só tem uma vaga. E vários estão ‘ detonados’”, lamenta.